quinta-feira, 25 de novembro de 2010

E de repente para mim nada tinha graça. O sol estava quente demais, o refrigerante sem gás demais, a internet sem graça demais, as musicas estavam enjoadas demais, as pessoas repetitivas demais, o meu quarto estava vazio demais, a comida estava salgada demais. Tudo estava chato demais. Daí eu percebi que não era as coisas que estavam ruins, mas era porque eu estava tempo demais sem falar com você. E essa aflição de querer ouvir a sua voz toma conta de mim, e me deixa inquieta demais. O telefone não toca, a janelinha do msn não sobe, no orkut não aparece nenhum recado. As horas passam lentamente, e eu fico de um lado para o outro. Penso em te ligar, mas tenho medo de incomodar. Ai eu deito, levanto, bebo água, tomo banho, arrumo pela décima vez as fotos do meu mural, olho para o meu celular na esperança de ver “Nova mensagem”, e nada.
Mecho no meu cabelo, descasco o meu esmalte, rabisco uns papeis, deito na cama e rolo de um lado para o outro. E nada de você aparecer. Penso estar ficando louca. Tento pensar em outra coisa, mas tudo traz você. Olho pela janela, e vejo um carro preto, exatamente da mesma cor da camisa que você estava usando na ultima vez que te vi. Olho para a tv, e vejo uma propaganda de havaianas, e me lembro do seu jeito deslexado, e das havaianas brancas que você usa, que combina perfeitamente com aquela bermuda vermelha. Vou na cozinha e vejo um chocolate, e me lembro que você ama chocolate. Volto para o meu quarto, olho no espelho e repito milhões de vezes: “ não gosto de você, não gosto de você, não gosto de você. Alias, quem é você? Você não é nada para mim. É só mais um. Só mais um, ouviu bem? Só mais um.” Daí o telefone toca, e eu saio correndo feito louca para atender, com o coração disparado... “Alo! (...) Ah.. É você amiga. (...) Não, não é nada. Como você ta?”. E eu ainda tento me enganar dizendo que não gosto de você.

                                                                                                                               (Créditos: Luana Castro)

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